São vinte e uma horas. Faltam dez minutos para eu agir.
Eu só não sei se conseguirei saciar meu desejo, minha fome. Afinal, a cada segundo, mais eu quero me alimentar. Minha ânsia por alimento ganha uma proporção mais dramática.
A cada minuto chega um novo alguém, uma nova tentação. Este é um horário muito nobre, pois desperta em mim uma devoção e uma gratidão tremendas. São vários "pratos de comida." E isso me faz salivar ainda mais. Eu pareço o cão de Pavlov. A única diferença é que ele estava preso. Eu sou livre. Ou melhor, assim me tornarei quando me alimentar. Por enquanto, sou apenas um moribundo. Pareço um zumbi. Um morto-vivo. Sem meu alimento, sou um nada.
Todavia, pelo jeito meu banquete será daqueles. Porque o número de pessoas aumenta a cada volta do ponteiro menor do relógio. E tem tudo para satisfazer minha fome. Será? Será que conseguirei escolher a melhor fonte de alimentação e me saciar com uma de tantas opções ao meu dispor? É tudo que eu quero. Preciso desse alimento. Eles têm muito a me oferecer.